ENCARANDO O PRECONCEITO
Seja bem vindo
domingo, 24 de novembro de 2013
REPORTAGEM - Outubro Rosa
O movimento
Outubro Rosa pretende conscientizar as mulheres sobre a importância de se
realizar anualmente o exame preventivo a mamografia para
monitorar a saúde das mamas. Tipo de câncer mais comum entre as
mulheres, o câncer de
mama é e o segundo mais frequente no mundo - só no Brasil,
foram registrados mais de 52 mil casos no ano passado.
Criado nos Estados Unidos na década de 1990, o Outubro Rosa é um movimento popular do qual participam instituições governamentais, empresas e entidades da sociedade civil, como a ONG Américas Amigas. Criada em 2009 para doar mamógrafos a hospitais, a ONG vem promovendo ações em São Paulo (SP) ao longo de todo o mês. Dentre elas, a iluminação rosa do shopping Iguatemi, a distribuição de panfletos informativos em shoppings, a realização de palestras em empresas e uma parceria com a companhia aérea Gol, cujos funcionários utilizaram no uniforme o laço rosa, símbolo do movimento, também colocado nas janelas de algumas aeronaves.
Andréa Ferreira, vice-presidente da ONG, conta que a entidade investiu na conscientização porque acredita na prevenção como melhor maneira de diminuir a letalidade do câncer de mama. Se você detecta a doença precocemente, há até 95% de chance de cura. Mas, sem oexame anual, o câncer é descoberto num estágio avançado e aí a letalidade é maior, afirma. Para ela, muitas mulheres não fazem a mamografia por medo e pelo câncer ser um tabu para a família. Estamos falando de uma mulher de classe média baixa que trabalha, sustenta os filhos e cuida da casa. É muito pressão em cima dela, afirma.
A Américas Amigas foi criada por iniciativa da ex-embaixatriz americana no Brasil, Barbara Sobel, e suas amigas. Até hoje já foram doados 22 mamógrafos, incluindo dois para a Marinha brasileira, que percorre as áreas ribeirinhas da região Norte em navios. O 23º aparelho será entregue em novembro para o Hospital Geral de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Para que um hospital se candidate a receber um aparelho, segundo Andréa, é necessário responder a um criterioso questionário, avaliado posteriormente por um conselho de três médicos, e se comprometer a enviar à ONG um relatório trimestral informando a quantidade de exames realizados por mês. Não queremos apenas deixar a máquina. Fazemos questão de acompanhar para saber que tipo de problema os hospitais enfrentam, explica Andréa. A estimativa é de que cerca de 180 mil procedimentos em 150 mil mulheres já tenham sido realizados até hoje nas máquinas doa
Criado nos Estados Unidos na década de 1990, o Outubro Rosa é um movimento popular do qual participam instituições governamentais, empresas e entidades da sociedade civil, como a ONG Américas Amigas. Criada em 2009 para doar mamógrafos a hospitais, a ONG vem promovendo ações em São Paulo (SP) ao longo de todo o mês. Dentre elas, a iluminação rosa do shopping Iguatemi, a distribuição de panfletos informativos em shoppings, a realização de palestras em empresas e uma parceria com a companhia aérea Gol, cujos funcionários utilizaram no uniforme o laço rosa, símbolo do movimento, também colocado nas janelas de algumas aeronaves.
Andréa Ferreira, vice-presidente da ONG, conta que a entidade investiu na conscientização porque acredita na prevenção como melhor maneira de diminuir a letalidade do câncer de mama. Se você detecta a doença precocemente, há até 95% de chance de cura. Mas, sem oexame anual, o câncer é descoberto num estágio avançado e aí a letalidade é maior, afirma. Para ela, muitas mulheres não fazem a mamografia por medo e pelo câncer ser um tabu para a família. Estamos falando de uma mulher de classe média baixa que trabalha, sustenta os filhos e cuida da casa. É muito pressão em cima dela, afirma.
A Américas Amigas foi criada por iniciativa da ex-embaixatriz americana no Brasil, Barbara Sobel, e suas amigas. Até hoje já foram doados 22 mamógrafos, incluindo dois para a Marinha brasileira, que percorre as áreas ribeirinhas da região Norte em navios. O 23º aparelho será entregue em novembro para o Hospital Geral de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Para que um hospital se candidate a receber um aparelho, segundo Andréa, é necessário responder a um criterioso questionário, avaliado posteriormente por um conselho de três médicos, e se comprometer a enviar à ONG um relatório trimestral informando a quantidade de exames realizados por mês. Não queremos apenas deixar a máquina. Fazemos questão de acompanhar para saber que tipo de problema os hospitais enfrentam, explica Andréa. A estimativa é de que cerca de 180 mil procedimentos em 150 mil mulheres já tenham sido realizados até hoje nas máquinas doa
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
NOTÍCIA
Médicos falam sobre as limitações e o preconceito na vida dos obesos
Número de obesos cresceu, mas ainda falta estrutura para acomodá-los. Para quem luta contra a balança, é preciso lidar ainda com o preconceito. Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde mostrou um crescimento significativo no número de obesos no país e apontou que mais da metade dos brasileiros está acima do peso ideal. Porém, com a obesidade e o sobrepeso, vêm também diversas dificuldades, como o preconceito e as limitações no dia a dia – apesar dos números crescentes, os estabelecimentos, companhias aéreas e fabricantes de carro e ônibus, por exemplo, ainda não têm estrutura para acomodar essas pessoas sem que elas se sintam excluídas. No Bem Estar desta quarta-feira (11), o endocrinologista Alfredo Halpern e o psiquiatra Arthur Kaufman explicaram que, para quem luta todo dia contra a balança, não é fácil superar os olhares nas ruas, vencer o preconceito e, com isso, decidir mudar.
Muitas pessoas precisam de um fator decisivo na vida ou um incentivo de alguém para tomar coragem e mudar o estilo de vida, como mostrou a reportagem do Phelipe Siani. No entanto, até o resultado aparecer, é importante saber lidar com o preconceito em atividades simples do dia a dia. Entre os problemas mais comuns de quem está com sobrepeso, estão a dificuldade para conseguir emprego, os olhares na fila do restaurante por quilo, a entrada no elevador, festas de aniversário e até mesmo a academia – muitos, inclusive, desistem de se exercitar por causa do desconforto que sentem. Porém, como lembrou o psiquiatra Arthur Kaufman, existem casos em que o preconceito só existe na cabeça do obeso, que pensa que está sendo observado quando na verdade não está.
No caso da professora Renata, de São Paulo, no entanto, dificuldades como essa sempre foram grandes obstáculos. Ela teve que reformar a casa e restringir os meios de transporte para se deslocar pela cidade, tudo para ter uma vida mais próxima possível do normal (veja no vídeo ao lado). Vale lembrar, porém, que a obesidade é uma doença e o ganho de peso pode ter diversas causas, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern. De acordo com o médico, o obeso não é obeso porque quer e pode ter diversos fatores que influenciam - um deles é a genética, ou seja, filhos de pais obesos têm mais chances de acumular gordura. Fora isso, o metabolismo varia de pessoa para pessoa e, em alguns casos, as calorias são mais bem aproveitadas – podem ser eliminadas como energia ou depositadas nos músculos, por exemplo. No caso dos obesos, essas calorias viram células de gordura e se estocam no estômago, o que aumenta o peso com maior facilidade.
Além de comer mais do que gasta, a pessoa com excesso de peso pode engordar ainda por causa de outros fatores, como a tensão e o estresse. Esses sentimentos ruins fazem o organismo liberar mais cortisona, hormônio que leva ao ganho de peso pelo acúmulo de gordura e retenção de líquido. Fora isso, a falta de sono e a deficiência de vitamina D, do sol, também podem influenciar no aumento de peso. Há ainda a compulsão por comida, que também pode ser uma grande vilã de quem luta contra a balança. Nesse caso, o paciente compulsivo tem um comportamento depressivo e, por isso, precisa ser tratado com remédios e terapia. Geralmente, essa compulsão acontece mais com pessoas que fazem muitas dietas restritivas, ou seja, ficam muito tempo sem comer, o que diminui as taxas dos hormônios que dão a sensação de bem-estar, e depois acabam descontando todo esse período. Por isso, a dica para evitar essas crises compulsivas é procurar outras atividades que liberem esses hormônios, como por exemplo, o exercício físico.
Número de obesos cresceu, mas ainda falta estrutura para acomodá-los. Para quem luta contra a balança, é preciso lidar ainda com o preconceito. Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde mostrou um crescimento significativo no número de obesos no país e apontou que mais da metade dos brasileiros está acima do peso ideal. Porém, com a obesidade e o sobrepeso, vêm também diversas dificuldades, como o preconceito e as limitações no dia a dia – apesar dos números crescentes, os estabelecimentos, companhias aéreas e fabricantes de carro e ônibus, por exemplo, ainda não têm estrutura para acomodar essas pessoas sem que elas se sintam excluídas. No Bem Estar desta quarta-feira (11), o endocrinologista Alfredo Halpern e o psiquiatra Arthur Kaufman explicaram que, para quem luta todo dia contra a balança, não é fácil superar os olhares nas ruas, vencer o preconceito e, com isso, decidir mudar.
Muitas pessoas precisam de um fator decisivo na vida ou um incentivo de alguém para tomar coragem e mudar o estilo de vida, como mostrou a reportagem do Phelipe Siani. No entanto, até o resultado aparecer, é importante saber lidar com o preconceito em atividades simples do dia a dia. Entre os problemas mais comuns de quem está com sobrepeso, estão a dificuldade para conseguir emprego, os olhares na fila do restaurante por quilo, a entrada no elevador, festas de aniversário e até mesmo a academia – muitos, inclusive, desistem de se exercitar por causa do desconforto que sentem. Porém, como lembrou o psiquiatra Arthur Kaufman, existem casos em que o preconceito só existe na cabeça do obeso, que pensa que está sendo observado quando na verdade não está.
No caso da professora Renata, de São Paulo, no entanto, dificuldades como essa sempre foram grandes obstáculos. Ela teve que reformar a casa e restringir os meios de transporte para se deslocar pela cidade, tudo para ter uma vida mais próxima possível do normal (veja no vídeo ao lado). Vale lembrar, porém, que a obesidade é uma doença e o ganho de peso pode ter diversas causas, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern. De acordo com o médico, o obeso não é obeso porque quer e pode ter diversos fatores que influenciam - um deles é a genética, ou seja, filhos de pais obesos têm mais chances de acumular gordura. Fora isso, o metabolismo varia de pessoa para pessoa e, em alguns casos, as calorias são mais bem aproveitadas – podem ser eliminadas como energia ou depositadas nos músculos, por exemplo. No caso dos obesos, essas calorias viram células de gordura e se estocam no estômago, o que aumenta o peso com maior facilidade.
Além de comer mais do que gasta, a pessoa com excesso de peso pode engordar ainda por causa de outros fatores, como a tensão e o estresse. Esses sentimentos ruins fazem o organismo liberar mais cortisona, hormônio que leva ao ganho de peso pelo acúmulo de gordura e retenção de líquido. Fora isso, a falta de sono e a deficiência de vitamina D, do sol, também podem influenciar no aumento de peso. Há ainda a compulsão por comida, que também pode ser uma grande vilã de quem luta contra a balança. Nesse caso, o paciente compulsivo tem um comportamento depressivo e, por isso, precisa ser tratado com remédios e terapia. Geralmente, essa compulsão acontece mais com pessoas que fazem muitas dietas restritivas, ou seja, ficam muito tempo sem comer, o que diminui as taxas dos hormônios que dão a sensação de bem-estar, e depois acabam descontando todo esse período. Por isso, a dica para evitar essas crises compulsivas é procurar outras atividades que liberem esses hormônios, como por exemplo, o exercício físico.
sábado, 21 de setembro de 2013
ENCENAÇÃO DO CONTO - MATE DO JOÃO CARDOSO
NARRADORA: RAYLA
JOÃO CARDOSO: FERNANDA
ANDANTE: NATÁLIA
CRIOULO: EDUARDO
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
CONTO
O MATE DO JOÃO
CARDOSO
— A la fresca!… que demorou a tal
fritada! Vancê reparou?
Quando nos apeamos era a pino do
meio-dia... e são três horas, largas!... Cá pra mim esta gente esperou que
as franguinhas se pusessem galinhas e
depois botassem, para depois apanharem os ovos e só então bater esta
fritada encantada, que vai nos atrasar
a troteada, obra de duas léguas... de beiço!...
Isto até faz-me lembrar um caso.. .
Vancê nunca ouviu falar do João Cardoso?... Não?... É pena.
O João Cardoso era um sujeito que
vivia por aqueles meios do Passo da Maria Gomes; bom velho, muito
estimado, mas chalrador como trinta e
que dava um dente por dois dedos de prosa, e mui amigo de novidades.
Também... naquele tempo não havia
jornais, e o que se ouvia e se contava ia de boca em boca, de ouvido
para ouvido. Eu, o primeiro jornal que
vi na minha vida foi em Pelotas mesmo, aí por 1851.
Pois, como dizia: não passava andante
pela porta ou mais longe ou mais distante, que o velho João Cardoso
não chamasse, risonho, e renitente
como mosca de ramada; e aí no mais já enxotava a cachorrada, e puxando o
pito de detrás da orelha, pigarreava e
dizia:
— Olá! Amigo! apeie-se; descanse um pouco!
Venha tomar um amargo! É um instantinho.... crioulo?!…
O andante, agradecido à sorte,
aceitava… menos algum ressabiado, já se vê.
— Então que há de novo? (E para dentro
de casa, com uma voz de trovão, ordenava:) Oh! crioulo! Traz mate!
E já se botava na conversa, falava,
indagava, pedia as novas, dava as que sabia; ria-se, metia opiniões,
aprovava umas cousas, ficava buzina
com outras...
E o tempo ia passando. O andante
olhava para o cavalo, que já tinha refrescado; olhava para o sol que subia
ou descambava… e mexia o corpo para
levantar-se.
— Bueno! são horas, seu João Cardoso;
vou marchando!…
— Espere, homem! Só um instantinho!
Oh! crioulo, olha esse mate!
E retomava a chalra. Nisto o crioulo
já calejado e sabido, chegava-se-lhe manhoso e cochichava-lhe no
ouvido:
— Sr., não tem mais erva!…
— Traz dessa mesma! Não demores,
crioulo!...
E o tempo ia correndo, como água de
sanga cheia.
Outra vez o andante se aprumava:
— Seu João Cardoso, vou-me tocando…
Passe bem!
— Espera, homem de Deus! É enquanto a
galinha lambe a orelha!… Oh! crioulo!… olha esse mate, diabo!
E outra vez o negro, no ouvido dele:
— Mas, sr!… não tem mais erva!
— Traz dessa mesma, bandalho!
E o carvão sumia-se largando sobre o
paisano uma riscada do branco dos olhos, como encarniçando...
Por fim o andante não aguentava mais e
parava patrulha:
— Passe bem, seu João Cardoso! Agora
vou mesmo. Até a vista!
— Ora, patrício, espere! Oh crioulo,
olha o mate!
— Não! não mande vir, obrigado! Pra
volta!
— Pois sim…, porém dói-me que você se
vá sem querer tomar um amargo neste rancho. É um instantinho...
oh! crioulo!
Porém o outro já dava de rédea, resolvido à retirada.
E o velho João Cardoso acompanhava-o
até a beira da estrada e ainda teimava:
— Quando passar, apeie-se! O
chimarrão, aqui, nunca se corta, está sempre pronto! Boa viagem! Se quer
esperar... olhe que é um
instantinho... Oh! crioulo!…
Mas o embuçalado já tocava a trote
largo.
Os mates do João Cardoso criaram fama…
A gente daquele tempo, até, quando queria dizer que uma cousa
era tardia, demorada, maçante,
embrulhona, dizia — está como o mate do João Cardoso!
A verdade é que em muita casa e por
muitos motivos, ainda às vezes parece-me escutar o João Cardoso,
velho de guerra, repetir ao seu
crioulo:
— Traz dessa mesma, diabo, que aqui o
sr. tem pressa!...
— Vancê já não tem topado disso?…
Autor: João Simões Lopes Neto - Contos gauchescos
Fonte : Internet
Função da linguagem: Fática, pois estabelece um diálogo e denotativa, pois possui um foco na informação.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
REPORTAGEM
Dá para acabar com o preconceito?
Todos temos preconceitos, em maior ou
menor grau. Alguns de nós deixam esse sentimento transbordar para as atitudes,
machucando as pessoas, discriminando abertamente ou de forma camuflada. Alguns
(poucos) conseguem lidar bem com esse sentimento, aceitando e respeitando ao
máximo as diferenças dos outros.
O combate ao (próprio) preconceito é uma luta
constante, que precisamos travar a cada contato, a cada nova amizade, a cada
conversa, a cada decisão. Como vimos nessa reportagem, o preconceito é uma
herança milenar da humanidade e, provavelmente, ainda levaremos milênios para
conseguir eliminar totalmente este sentimento de nossas mentes e corações (se é
que isso é realmente possível).
Formiga chama a atenção para a importância de se
abordar o assunto com coerência em casa. “Se o pai não toma posição nas tarefas
domésticas junto com a mãe e simplesmente chega em casa e pede para a mulher
pegar uma cerveja, o filho vai assimilar isso.” Da mesma forma, lembra ele,
quem presencia um ato de discriminação na escola, na rua ou na televisão, e não
tem espaço em casa para debatê-lo e entendê-lo, tem tudo para adotar o
comportamento preconceituoso como certo. “Quem sabe, se isso acontecer, mas
somente se isso acontecer, poderemos ver esse mal eliminado em duas ou três
gerações,” finaliza Antunes.
Leis e medidas judiciais podem servir para defender
suas vítimas, mas não resolvem o problema na raiz. Então, qual será a saída? Os
pesquisadores ouvidos pelo portal concordaram ao afirmar que a educação hoje
não tem ajudado muito. Celso Antunes diz que é preciso que haja um esforço
intenso e direcionado para o combate ao preconceito na escola, e não de uma
educação que é preconceituosa porque se julga capaz de combatê-lo, mas não o
faz de verdade. “Se você chega para um professor e pergunta se ele combate o
preconceito, ele vai dizer:Óbvio!. Mas como, se ele não leva o assunto com
freqüência para a sala de aula e não toma atitudes que reforcem seu discurso?”.
Autor: Desconhecido
Fonte: Internet
Palavras desconhecidas: coerência - ligação,
conexão, conjunto de ideia ou de fatos.
Função da Linguagem: Denotativa
O combate ao (próprio) preconceito é uma luta constante, que precisamos travar a cada contato, a cada nova amizade, a cada conversa, a cada decisão. Como vimos nessa reportagem, o preconceito é uma herança milenar da humanidade e, provavelmente, ainda levaremos milênios para conseguir eliminar totalmente este sentimento de nossas mentes e corações (se é que isso é realmente possível).
Formiga chama a atenção para a importância de se abordar o assunto com coerência em casa. “Se o pai não toma posição nas tarefas domésticas junto com a mãe e simplesmente chega em casa e pede para a mulher pegar uma cerveja, o filho vai assimilar isso.” Da mesma forma, lembra ele, quem presencia um ato de discriminação na escola, na rua ou na televisão, e não tem espaço em casa para debatê-lo e entendê-lo, tem tudo para adotar o comportamento preconceituoso como certo. “Quem sabe, se isso acontecer, mas somente se isso acontecer, poderemos ver esse mal eliminado em duas ou três gerações,” finaliza Antunes.
Leis e medidas judiciais podem servir para defender suas vítimas, mas não resolvem o problema na raiz. Então, qual será a saída? Os pesquisadores ouvidos pelo portal concordaram ao afirmar que a educação hoje não tem ajudado muito. Celso Antunes diz que é preciso que haja um esforço intenso e direcionado para o combate ao preconceito na escola, e não de uma educação que é preconceituosa porque se julga capaz de combatê-lo, mas não o faz de verdade. “Se você chega para um professor e pergunta se ele combate o preconceito, ele vai dizer:Óbvio!. Mas como, se ele não leva o assunto com freqüência para a sala de aula e não toma atitudes que reforcem seu discurso?”.
Função da Linguagem: Denotativa
CRÔNICA
"Um olhar sobre o preconceito
Todos conhecemos a realidade: todas
as sociedades são preconceituosas. Não é apenas um, nem dois indivíduos, mas
sim toda a sociedade. Todos os indivíduos têm preconceitos, uns mais que outros.
Porquê? Na minha opinião, as ideias preconceituosas derivam de “moldes
sociais”.
Nas sociedades atuais, de forma geral, uma pessoa para pertencer à mesma, deve ser esbelta, rica, famosa. Pode até nem ser esbelta, desde que tenha dinheiro. Deve ter um emprego milionário, roupas caras, perfumes caros, carros caros e casas caras. Por vezes, nem é necessário serem pessoas cultas. Contudo, é obrigatório serem heterossexuais...e brancos.
Mas se somos todos iguais, porquê complicar? Também eu gostaria de saber. Tendo em conta que tudo tem uma explicação, eu recuo no tempo de modo a saber a origem destes moldes.
Tomemos então em conta a Sagrada Escritura. Em seis dias, Deus criou tudo, e no sétimo descansou. Uma das suas criações foi o Homem, cujo nome é Adão...mais não se sabe. Mais tarde veio a criar Eva, a primeira mulher...e mais não se sabe. Cristo veio à Terra pregar a palavra do Senhor seu pai. Viveu até aos trinta e três anos. Foi um bom homem...e mais não se sabe.
Se mais não se sabe sobre estas personagens porque é que as pessoas dizem e representa-nas como sendo brancas?
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança...E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Génesis 1:26-27)
Mas qual é a imagem de Deus? Branco, negro, alto, baixo? O problema é que ninguém sabe. De fato, Deus não passa de uma crença que as pessoas têm para não pensarem que andam no mundo sem motivo, logo não possui imagem física universal. Contudo, Adão e Eva, feitos à sua imagem, e Jesus Cristo, seu filho, são todos brancos. Assim como os doze discípulos.
Somando dois mais dois ficamos com o fato de toda a gente saber da existência da imagem de Deus, de Adão, de Eva, dos discípulos, mas ninguém sabe de mais nada. Apesar disso, são todos brancos, magros e esbeltos. Como a imaginação é frutífera. Com tudo isto, as pessoas criaram imagens aparentemente verdadeiras, sobre as quais não há argumentos. E com estas imagens foram excluindo as outras classes de pessoas. Daí os negros serem os escravos, os homossexuais serem hereges, os deficientes serem filhos do Diabo, etc...
Com pequenas alterações, as coisas têm-se mantido desta maneira.
Para terminar, deixo apenas a questão: E se Deus fosse negro?
Nas sociedades atuais, de forma geral, uma pessoa para pertencer à mesma, deve ser esbelta, rica, famosa. Pode até nem ser esbelta, desde que tenha dinheiro. Deve ter um emprego milionário, roupas caras, perfumes caros, carros caros e casas caras. Por vezes, nem é necessário serem pessoas cultas. Contudo, é obrigatório serem heterossexuais...e brancos.
Mas se somos todos iguais, porquê complicar? Também eu gostaria de saber. Tendo em conta que tudo tem uma explicação, eu recuo no tempo de modo a saber a origem destes moldes.
Tomemos então em conta a Sagrada Escritura. Em seis dias, Deus criou tudo, e no sétimo descansou. Uma das suas criações foi o Homem, cujo nome é Adão...mais não se sabe. Mais tarde veio a criar Eva, a primeira mulher...e mais não se sabe. Cristo veio à Terra pregar a palavra do Senhor seu pai. Viveu até aos trinta e três anos. Foi um bom homem...e mais não se sabe.
Se mais não se sabe sobre estas personagens porque é que as pessoas dizem e representa-nas como sendo brancas?
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança...E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Génesis 1:26-27)
Mas qual é a imagem de Deus? Branco, negro, alto, baixo? O problema é que ninguém sabe. De fato, Deus não passa de uma crença que as pessoas têm para não pensarem que andam no mundo sem motivo, logo não possui imagem física universal. Contudo, Adão e Eva, feitos à sua imagem, e Jesus Cristo, seu filho, são todos brancos. Assim como os doze discípulos.
Somando dois mais dois ficamos com o fato de toda a gente saber da existência da imagem de Deus, de Adão, de Eva, dos discípulos, mas ninguém sabe de mais nada. Apesar disso, são todos brancos, magros e esbeltos. Como a imaginação é frutífera. Com tudo isto, as pessoas criaram imagens aparentemente verdadeiras, sobre as quais não há argumentos. E com estas imagens foram excluindo as outras classes de pessoas. Daí os negros serem os escravos, os homossexuais serem hereges, os deficientes serem filhos do Diabo, etc...
Com pequenas alterações, as coisas têm-se mantido desta maneira.
Para terminar, deixo apenas a questão: E se Deus fosse negro?
Autor: Ricardo Alves
Fonte: Internet
Palavras desconhecidas: recuo - volto; esbeltos -
bonitos; hereges - indicados como loucos.
Função da Linguagem: Denotativa, ela tem foco apenas
em uma informação, que é o preconceito.
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